A representação do feminino nas tirinhas de Arthur Ottoni: uma perspectiva discursiva

Abstract

No campo dos gêneros discursivos, muitos estudos têm sido destinados a discutir, refletir e analisar o gênero tirinha. Ainda assim, entendemos ser importante fazer um recorte com o objetivo de verificar a representação da mulher em duas tirinhas de Arthur Ottoni, tomando a estereotipagem desta representação em três aspectos (silêncio, submissão e perfeição física) como categorias de análise. Esta pesquisa justifica-se por seu ineditismo, uma vez que não existem estudos anteriores sobre o trabalho deste jovem autor. Nosso corpus constitui-se de duas tirinhas intituladas: Sinceridade é Tudo(2009) e O falso ceguinho(2010), ambas copiadas do blog de Arthur Ottoni. A análise do corpus foi feita concomitantemente à fundamentação teórica. Esta teve como suporte teórico os nomes de Bakhtin (2000, 2004), Fernandes (2007), Pereira (2002), Alves e Pitanguy (1981) entre outros. A partir da análise foi possível apontar que a identidade feminina nas tirinhas de Ottoni é revelada na representação da mulher submissa, dedicada à família, o estereótipo da mulher “Amélia”, entendida aqui como a mulher real. Tal representação está em oposição a outro estereótipo, representativo da mulher, também verificado neste corpus. Referimo-nos à mulher que corresponde ao padrão feminino de beleza imposto pela atual sociedade, aqui entendida como a mulher ideal.