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http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/123456789/25478
Título: | A construção da loucura feminina: uma análise de discurso a partir de narrativas literárias |
Autor(es): | Porto, Carolina Guimarães |
Palavras-chave: | Loucura feminina Gênero Posicionamentos Identitários Psicologia Social Discursiva |
Data do documento: | 12-Jul-2021 |
Resumo: | Esta pesquisa analisou a construção da loucura feminina nas narrativas das obras literárias ‘Jane Eyre’, de Charlotte Brontë, publicada em 1847, e ‘O Alegre Canto da Perdiz’, de Paulina Chiziane, em 2008. Objetivamos analisar como as personagens consideradas loucas se posicionam nas referidas obras e como são posicionadas pelos demais personagens. A perspectiva teórico-metodológica que norteia este trabalho é a da Psicologia Social Discursiva, que compreende o discurso como mediador fundamental da interação humana e como prática social e de construção da realidade. A partir da análise de trechos das referidas obras, constatamos que, em ‘Jane Eyre’, a personagem posicionada como louca, Bertha, não tem espaços para construir a própria identidade e é posicionada pelos outros personagens como perigosa, monstruosa, animalesca, que provoca medo, um fardo. O silenciamento dela é significativo e dialoga com o silenciamento da loucura feminina ao longo do tempo. Já Maria das Dores, personagem de ‘O Alegre Canto da Perdiz’, consegue dar sentido à sua experiência e se posiciona como “louca”, que não é “ninguém”, mas também como filha, mãe, esposa, como alguém em busca do seu lugar no mundo. Ela é posicionada pelos outros personagens como “louca”, animalesca, “corajosa”, “ousada”, “humana”, “mulher” e “livre”. Os sofrimentos das personagens se relacionam aos lugares historicamente associados à loucura. No caso de Bertha, ao lugar reservado à mulher na época vitoriana, e de Maria das Dores, ao racismo vivido por ela. Portanto, em ‘Jane Eyre’, vimos a lógica asilar, ao posicionarem a personagem Bertha, e em ‘O Alegre Canto da Perdiz’, há momentos em que a construção da loucura de Maria das Dores se aproxima do modelo manicomial. Entretanto, nessa segunda obra, existem espaços que diferem dessa perspectiva asilar, pois são construídos outros lugares para a personagem louca, que se aproximam dos novos lugares sociais para a loucura defendidos pela Reforma Psiquiátrica brasileira. Enquanto Bertha foi silenciada e teve a morte como destino, Maria das Dores pôde, através das águas, conquistar sua liberdade e ter um futuro, o que sinaliza para a possibilidade de novas práticas em saúde mental alinhadas à luta antimanicomial. |
Descrição: | PORTO, Carolina Guimarães. A construção da loucura feminina - uma análise de discuso a partir de narrativas literárias. 2021. 68 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2021. |
URI: | http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/123456789/25478 |
Aparece nas coleções: | 28 - TCC |
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