As relações entre senhores de engenhos e negros no "ciclo da cana-de-açúcar" de José Lins do Rego

Abstract

O ambiente rural nordestino abarcou uma série de acontecimentos de âmbito econômico e social da história brasileira e que perduraram muitos anos, nele se encontrava um personagem impar de nossa história – o senhor de engenho – que foi pano de fundo para a criação de diversos livros. Em virtude disso o presente artigo objetivou mostrar a relação entre senhores de engenhos e negros que José Lins do Rego expõe ficcionalmente em suas obras do denominado Ciclo da cana-de-açúcar, na visão dos narradores das obras Menino de engenho (2008), Moleque Ricardo (2011), Banguê (2011) e Fogo Morto (2009). Tendo caráter literário, sociológico e biográfico, essa pesquisa propõe fazer um diálogo entre o pensamento dos patriarcalistas e seus comandados (negros), mostrando passagens de crueldade no que tange os castigos sofridos por esta etnia diante das imposições trabalhistas dos senhores de engenho nestas obras, bem como trazendo um paralelo da visão do negro em seu convívio na casa grande. Para tanto, utilizamos como suporte teórico Brookshaw (1983), Bosi (2006), Candido (2008), Freyre (2004 / 2006), dentre outros.