Cegueira botânica: Uma realidade da formação de alunos de Ciências Biológicas da Universidade Estadual da Paraíba?

Abstract

As plantas são consideradas pela maioria dos humanos como cenário e não como organismos vivos com igual, ou talvez maior importância do que outros seres, visto que são a base da cadeia alimentar constituindo cerca de 90% da biomassa terrestre. Com o objetivo de avaliar como os estudantes dos cursos de Biologia da Universidade Estadual da Paraíba se relacionam com as plantas, o ensino da botânica e qual a motivação da estruturação da aprendizagem, este trabalho foi realizado. Dados para traçar os perfis foram coletados através de formulário quali-quantitativos, elaborado por meio do Google forms e para análise utilizou-se da técnica de categorização. Foram coletadas informações relacionadas a características pessoais, de formação pública e privada e relacionadas a formação em botânica no ensino básico e superior. A maioria dos alunos não percebe os vegetais como seres vivos componentes do ambiente, principalmente na presença concomitante de animais. Os alunos dos semestres iniciais possuem maior grau de cegueira botânica quando comparados aos “Veteranos” do curso. Os “Veteranos” compreendem melhor a importância do aprendizado botânico para formação de profissionais da educação qualificados e de cidadãos críticos e com consciência ambiental que reconheçam a sua responsabilidade na escolha de gestores comprometidos com o meio ambiente. Constatou-se que, ao menos no discurso, a maioria dos alunos valorizam estudar botânica e compreendem a importância do papel das plantas para o meio ambiente, porém atribuem a possibilidade da cegueira botânica a falta de aulas práticas. Por fim, os resultados indicam que os entrevistados consideram que o ensino de botânica é essencial na formação dos alunos e que a inclusão das plantas no processo de ensino-aprendizagem de forma mais contextualizada representa um caminho à superação da cegueira botânica levando ao reconhecimento e valorização da biodiversidade, porém o discurso não se reflete no panorama analisado. Conclui-se que a cegueira botânica é uma realidade entre os estudantes dos cursos de biologia do Campus I da UEPB.