Prevalência de cárie dentária em pacientes com transtorno do espectro autista: Uma revisão de literatura

Abstract

O número de indivíduos diagnosticados com o transtorno do espectro autista (TEA), nas últimas décadas, é crescente. Os problemas de saúde bucal dessa população são similares aos dos indivíduos sem a condição, não existindo manifestações incomuns típicas. Contudo, devido a aspectos comuns ao transtorno, como más preferências alimentares, falta de destreza manual e hábitos irregulares de higienização bucal, esse grupo está mais suscetível a desenvolver problemas de saúde bucal como a cárie dentária e problemas periodontais. Estudos sobre os problemas bucais dessa população ainda apresentam divergências e conhecer a prevalência de cárie dentária desse grupo é primordial para melhor planejar ações e políticas públicas de saúde bucal que os atenda. Assim, o objetivo desse estudo foi reunir dados sobre a prevalência de cárie dentária em pessoas com TEA em comparação com indivíduos não autistas. O estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura que seguiu as seguintes etapas: elaboração da pergunta norteadora, determinação de critérios de inclusão e exclusão, levantamento bibliográfico, avaliação metodológica dos artigos selecionados, análise e síntese dos resultados obtidos. Os dados foram coletados nas bases de dados PubMed e Scielo, no período de 10 anos, usando como palavras-chave: Cárie Dentária e Transtorno do Espectro Autista. A partir da estratégia de busca foram obtidos 87 estudos dos quais após a aplicação de critérios de elegibilidade foram incluídos nesse estudo 17 artigos. Dos artigos incluídos, 5 mostraram maior prevalência de cárie no grupo autistas, 6 mostraram menor prevalência de cárie no grupo autistas e outros 6 artigos prevalência de cárie semelhante entre os grupos. Conclui-se, que as pesquisas sobre a prevalência de cárie ainda são controversas, não sendo possível, ainda, definir qual a prevalência de cárie dentária em comparação com o grupo controle. O contato precoce com a higienização oral e a higienização assistida são importantes ferramentas para diminuir a prevalência de cárie e para uma boa relação desses pacientes com o cirurgião-dentista evitando tratamentos invasivos que geram traumas. Políticas de educação bucal devem ser desenvolvidas para pais e cirurgiões-dentistas que devem utilizar-se de técnicas de educação em saúde bucal especial, instalações e equipamentos adequados.