A aprendizagem de língua inglesa e suas contribuições para o desenvolvimento cognitivo na primeira infância

Abstract

A linguagem é o meio de comunicação que os seres humanos utilizam para interagir no ambiente em que vivem. Os indivíduos têm a capacidade de aprender, para além da sua língua materna, outras línguas existentes no mundo. Na contemporaneidade, o ensino e a aprendizagem de língua inglesa como língua estrangeira (LE) têm aumentado, principalmente devido à globalização que intensifica o contato com as diferentes línguas e culturas do mundo, tornando, dessa forma a comunicação um fenômeno plurilinguístico. Com isso, surgiu o interesse de vários pesquisadores na área da linguística aplicada em estudar o processo de aquisição e aprendizagem de LE como segunda língua, bem como as suas implicações nos processos cognitivos dos indivíduos. À luz desses argumentos, este trabalho tem por objetivo refletir sobre as implicações da aprendizagem de língua inglesa como LE no desenvolvimento cognitivo de crianças. Já como objetivos específicos, nosso estudo pretende: (i) discutir a aprendizagem de LE na primeira infância; (ii) apresentar e discutir os processos cognitivos na aquisição de segunda língua; (iii) apresentar os principais benefícios do aprendizado de uma LE na infância; (iv) discutir o contexto da educação bilíngue nos anos iniciais no Brasil, e (v) investigar os desafios enfrentados pelas crianças durante o aprendizado de uma LE. Metodologicamente, partiu-se de uma pesquisa bibliográfica, de abordagem qualitativa, amparados pelos estudos de Santos (2003), Silva (2011), Tafarel (2018), Soares (2019), entre outros. Teoricamente, navegamos por teorias que discutem sobre o desenvolvimento da linguagem (SANTOS, 2003; SILVA, 2011; TAFAREL, 2018). Além disso, discutimos o conceito de bilinguismo (BAKER, 2001; HIRSCH, 2011; FRIZZO, 2013; PAIVA, 2014), bem como os processos cognitivos (AMARAL, 2007; STANICH; MEIRELES, 2009). E por fim, sobre a educação bilíngue na infância e sobre os benefícios proporcionados pela aprendizagem de LE (HAMERS; BLANC, 2000; BENCHIMOL, 2001; BIALYSTOK, 2007), entre outros. Essa compreensão sobre o processo de aprendizagem de LE e suas implicações se divide em duas partes, na primeira, busca-se compreender as diferentes perspectivas teóricas, como a empirista, a cognitivista e interacionista, dentre outras. Já na segunda, são discutidos os processos cognitivos e a educação bilíngue, com ênfase nos benefícios cognitivos. Por fim, são apresentados posicionamentos acerca da hipótese de que a aprendizagem de uma LE na infância é benéfica para o desenvolvimento cognitivo dos indivíduos, tendo em vista a relevância deste benefício para as funções intelectuais em várias esferas sociais em nossa vida.