Acondicionamento de medicamentos: orientações a pacientes que fazem uso contínuo de fármacos

Abstract

Os medicamentos e seu uso irracional fazem surgir a farmácia caseira, sendo o ato de armazenar medicamentos em domicílio. É composta por produtos fora do uso terapêutico resultante de sobras de tratamentos antecedentes, por fármacos usados em doenças agudas e/ou crônicas ou empregados para a automedicação. Essa prática acarreta problemas de saúde pública, visto que o armazenamento incorreto causa alteração no medicamento podendo torna-los inativos e prejudiciais. O acondicionamento ideal em residências são locais de fácil acesso, com embalagens originais e bula, estando protegidos da variação de temperatura e de umidade. Alguns locais como cozinhas e banheiros não são adequados, como também próximos a equipamentos eletrônicos. Dessa forma, o estudo teve como objetivo, promover serviços clínicos farmacêuticos através de orientações acerca do acondicionamento de medicamentos com a finalidade de assegurar a qualidade do fármaco utilizado, promover uso racional de medicamentos e o descarte consciente. Tratou-se de um estudo observacional, de caráter descritivo, com abordagem quantiqualitativa, na Unidade Básica de Saúde (UBS) e também em domicílios da área de abrangência. Os dados foram obtidos através da aplicação de formulários para obter dados sociodemográficos, informações relacionadas aos fármacos que utilizam e como acondicionam. Constatou-se que o gênero feminino teve participação expressiva, sendo 72%. Todos os participantes manifestavam Doenças Crônicas Não Transmissível (DCNT). Avaliou-se que 52% (n = 26) acondicionavam seus fármacos na cozinha, seguido do quarto, 36% (n = 18) e sala 12% (n = 6). Verificou-se que 58% (n = 29) não os armazenam de forma correta. Além disso, em 12% (n = 6) os locais não estavam limpos, 24% (n = 12) dos lares possuem crianças, e, em 6% os fármacos estavam ao alcance delas. Observou-se que 22% (n = 5) dos pacientes desprezam o medicamento após o tratamento, e 78% (n = 18) guardavam para outra necessidade. Verificou-se nos domicílios visitados a data de validade, onde os produtos com prazo encerrado foram recolhidos e entregues a UBS para adequado descarte. Com isso, 100% da amostra foram orientados acerca do acondicionamento e descarte correto dos fármacos. Para facilitar a adesão e organização dos medicamentos, foram fornecidas sacolinhas com cores e horários para facilitar sua farmacoterapia. Para os usuários do Programa de Cuidados Farmacêuticos (PROCUIDAF) foi feito atividade lúdica sobre o assunto para melhor compreensão. Portanto, é possível destacar a desinformação, resultando em problemas com o bem-estar dos pacientes e provocando danos ao meio ambiente com o descarte incorreto. Ressalta-se, portanto, a importância do farmacêutico como promotor e educador na saúde.