Cartografias da subjetividade, saúde mental e aprendizagem dos estudantes do curso de Pedagogia do Campus III da Universidade Estadual da Paraíba

Abstract

O presente trabalho tem como objetivo analisar a relação entre subjetividade, saúde mental e a aprendizagem dos estudantes do Curso de Pedagogia do Campus III da Universidade Estadual da Paraíba, no período das aulas remotas 2020/2021. A pretensão foi cartografar os sentimentos, comportamentos e percepções dos alunos/alunas em relação ao contexto pandêmico e as implicações na saúde e no processo de aprendizagem. Como aporte teórico principal recorremos às contribuições de Lev Vygotsky, teórico da linha sociointeracionista que se debruçou sobre o desenvolvimento humano e a aprendizagem como processo biopsicossocial. Recorremos também às produções teóricas do psiquiatra francês Christophe Dejours, mais especificamente acerca da concepção de saúde mental e de sofrimento psíquico. Como perspectiva metodológica, utilizamos entrevistas individuais de caráter semiestruturado. Participaram da pesquisa, 50 estudantes do Curso de Pedagogia do Campus III da UEPB. Na análise dos dados, identificamos que a pandemia teve implicações na saúde dos estudantes cujos relatos remontam a sofrimento psíquico, crises de ansiedade, insegurança e medo da morte. Essas vivências de sofrimento e sintomas tiveram interferência negativa no processo de ensino-aprendizagem. Houve dificuldades também no processo de adaptação ao ensino remoto. As principais queixas apresentadas foram: desmotivação nas aulas on-line, dificuldades de concentração, sobrecarga de atividades (gerando sentimento de impotência), monotonia nas aulas virtuais e falta de interação com os colegas e professores/as. Por outro lado, os/as entrevistados/as sinalizam que estudar no período pandêmico, ajudou a superar o cenário caótico, de forma que buscavam tirar o foco do sofrimento psíquico canalizando as energias psíquicas para as atividades acadêmicas.