Os efeitos agudos da musicoterapia em neonatos de uma unidade de terapia intensiva neonatal

Abstract

INTRODUÇÃO: O período neonatal compreende o primeiro dia após o nascimento até o 28° dia de vida, fase vulnerável à saúde infantil, por apresentar riscos biológicos, ambientais, sociais e culturais. A trajetória desses neonatos, a depender da sua idade gestacional (IG) e condições de nascimento, perpassam a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), onde são submetidos a procedimentos dolorosos. Tais procedimentos geram alterações fisiológicas e comportamentais. A musicoterapia (MT) é um estímulo que promove respostas físicas como alterações na frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR) e redução do limiar de dor. OBJETIVOS: Avaliar os efeitos agudos da musicoterapia na monitorização cardiorrespiratória, nos agentes estressores e na dor de neonatos da UTIN. METODOLOGIA: Tratou-se de um ensaio clínico randomizado e controlado, do tipo antes e depois, descritivo e quantitativo, desenvolvido na cidade de Campina Grande-PB, na Fundação Assistencial da Paraíba-FAP. Participaram da pesquisa 19 neonatos, sendo 9 grupo controle (GC) e 10 grupo experimental (GE). Foram incluídos neonatos após 72h até o 28° dia de vida, de ambos os sexos, com IG acima de 28 semanas e peso maior que 1.200 kg. Excluiu-se aqueles com deficiência auditiva congênita e/ou comprometimento neurológico grave, identificados através da análise dos prontuários Realizou-se a avaliação clinica através de uma ficha de avaliação. Posteriormente, o GE foi submetido ao protocolo com 20 minutos de intervenção com a MT. Foram avaliados os parâmetros de FC, FR, saturação periférica (SpO2) e NIPS-Neonatal Infant Pain Scale e BIIP-Behavioral Indicators of Infant Pain, antes, durante e após a intervenção. Para análise estatística utilizou-se o programa estatístico SPSS® (versão 22.0, IBM, New York). O nível de significância estatística adotado foi de p<0,05. RESULTADO: A amostra foi composta predominantemente pelo sexo masculino e neonatos prematuros (GE 60% - GC 55,6%). A IG apresentou uma média de 35 semanas. A análise entre grupos e intra grupo não mostrou diferença estatística, entretanto, observamos uma tendência a redução. Quando analisada FR antes (44,8 ± 16,84) e durante (39,10 ± 19,77), nota-se uma tendência de redução. Na FC do GE, observa-se uma diminuição, quando comparado antes (150,60 ± 16,58) e depois (139,80 ± 19,11) da intervenção. Em ambos a redução do GC foi menos expressiva. O que sugere a relevância da MT no relaxamento. Ao analisar os efeitos imediatos da MT na NIPS percebe-se que os parâmetros diminuem em, aproximadamente, 50% do valor inicial no GE, acompanhando a aplicação da intervenção e permanecendo até o pós imediato, da mesma forma com a BIIP. Ao relacioná-las com os valores de FC e FR, percebe-se a diminuição simultânea no GE. Já a SpO2 apresenta uma tendência à estabilização antes (96,20 ± 2,16) e depois (95,90 ± 2,37). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Priorizou-se uma padronização metodológica durante o desenvolvimento da pesquisa. Encontrou-se uma tendência redutiva nas variáveis de FC, FR, NIPS, BIIP e uma estabilização na SpO2. Todavia, a amostra foi limitada e sugere-se que estudos com uma amostra maior sejam realizados.