Desafios da assistência farmacêutica em farmácias comunitárias durante a pandemia da covid-19

Abstract

Em 2020 o mundo pôde evidenciar o surgimento de uma nova doença que posteriormente ocasionou uma pandemia de proporções globais, colapsando sistemas públicos e privados em todo o planeta. A Covid-19, síndrome respiratória aguda grave, causada pelo vírus SARS-CoV-2, deixou aproximadamente 700 mil mortos no Brasil. Este trabalho teve como objetivo evidenciar o crescimento das ações de Assistência Farmacêutica e identificar aspectos psicossociais, ocasionados nos farmacêuticos que atuaram na linha de frente da pandemia da Covid-19.Tratou-se de um estudo observacional e transversal com abordagem descritiva. Foram visitadas 101 empresas, em Campina Grande-PB, sendo que 68 (67%) foram incluídas na pesquisa por seus farmacêuticos aceitarem participar da pesquisa e preencherem corretamente o formulário. A recusa da participação pelos profissionais podemos relacionar a falta de autonomia ou a sua omissão no exercício profissional. Dentre os farmacêuticos participantes, a maioria 47 (69%) era do gênero feminino, apresentavam idade de 31-40 anos, 29 (43%), eram casados, 35 (51%), concluíram o curso no período de 2017-2023, sendo 46 (68%) em instituições privadas e 58 (86%) eram pós graduados. Quanto à função exercida, 60 (88%) atuavam como Farmacêutico Diretor Técnico. Dentre os desafios enfrentados na farmácia comunitária com a pandemia da Covid-19, 21 (31%) dos profissionais citaram o contado direto com os clientes e 16 (23%) foi a exposição ao SARS-CoV-2. Com relação aos serviços implantados na farmácia com a pandemia da Covid-19, a realização de testes rápidos foi a situação mais vivenciada em todos os estabelecimentos visitados. Na avaliação dos aspectos psicossociais os farmacêuticos relataram com maior frequência estresse associado a insônia 17 (25%) e estresse e ansiedade 15 (22%). Com os serviços clínicos implantados nas farmácias, o profissional passou a ser procurado na busca por informação sobre medicamentos, sendo mais valorizado pela comunidade. Mesmo dominando as técnicas de administração empresarial, o farmacêutico não pode descuidar de sua essência de cuidador, zelando sempre pela promoção, proteção e recuperação da saúde dos clientes/pacientes.