Influência do preparo cervical e médio na detecção da patência foraminal com sistema rotatório e reciprocante: Ensaio clínico randomizado

Abstract

O objetivo deste estudo foi verificar se o preparo cervical e médio com instrumentação reciprocante e rotatória influenciaram na eficácia do localizador apical na identificação da patência foraminal. Diante disso, foi realizado um estudo clínico randomizado controlado em um serviço especializado. Os pacientes do estudo foram alocados em 3 grupos (n=12) de acordo com o instrumento utilizado, sendo realizadas três mensurações em cada grupo: G1 – WaveOne Gold: medida 1: patência foraminal antes do preparo; medida 2: patência foraminal após o preparo cervical com sistema reciprocante (WaveOne Gold­ Primary 25.07) no CAD­2mm; medida 3: patência foraminal após preparo apical com sistema reciprocante (WaveOne Gold­ Primary 25.07) no CRT. G2 – WaveOne Gold: medida 1: patência foraminal antes do preparo; medida 2: patência foraminal após o preparo cervical com sistema reciprocante (WaveOne Gold­ Primary 25.07) no CAD­4mm; medida 3: patência foraminal após preparo apical com sistema reciprocante (WaveOne Gold Primary 25.07) no CRT. G3 – TruNatomy: medida 1: patência foraminal antes do preparo; medida 2: patência foraminal após o preparo cervical com o sistema rotatório (TruNatomy Modifier 20.08) no CAD­4mm; medida 3: patência foraminal após preparo apical com sistema rotatório (TruNatomy Modifier 20.08) no CRT. As mensurações foram realizadas com o localizador foraminal eletrônico na identificação da patência foraminal e os dados anotados para análise comparativa das medidas pré e pós preparo. Os dados obtidos foram analisados pelo teste de Friedman, com o pós teste de Dunn; teste Kruskall­Wallis. As informações foram processadas utilizando o software R (versão 4.1.1). Os resultados demonstraram que os sistemas WaveOne Gold e TruNatomy apresentaram diferenças significativas na patência entre pelo menos um dos períodos. No G1 o período M2 (patência foraminal após o preparo cervical) apresentou as patências com o valor mediano. No G3, os períodos M2 (patência foraminal após o preparo cervical e M3 (patência foraminal após preparo apical no CRT) apresentaram diferenças significativas com relação ao M1 (patência foraminal antes do preparo), e permaneceram iguais. Além disso, em relação à influência do preparo cervical na aferição do CRT após instrumentação endodôntica final notou­se ser mais prevalente no G2. Diante do exposto, conclui­se que o preparo cervical influenciou na medição da patência foraminal, visto que foi possível identificar a patência foraminal na maioria dos pacientes após preparo cervical. Outrossim, ao se comparar o desempenho de ambos os sistemas entre si, foi possível observar que não houve diferenças significativas entre as medições da patência foraminal após os preparos cervical e apical, podendo concluir que os dois apresentaram variações semelhantes.