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Título: Brioflora da Serra de Bodopitá (Paraíba)
Autor(es): Souza, Mairla Maria Alves de
Palavras-chave: Briófitas
Musgos
Hepáticas
Ambientes xéricos
Caatinga
Data do documento: 14-Dez-2023
Resumo: O Nordeste brasileiro representa a terceira região com maior diversidade de briófitas do Brasil, apresentando 744 espécies. Algumas briófitas são plantas altamente tolerantes à perturbações no ambiente, enquanto que algumas espécies desaparecem quando há desequilíbrio ambiental. As pesquisas com briófitas no bioma caatinga vem recebendo mais atenção dos pesquisadores na atualidade. Esse é um bioma constantemente degradado, o que implica na perda da biodiversidade, antes mesmo de ser conhecida. O presente trabalho objetivou realizar um levantamento florístico das briófitas ocorrentes na Serra de Bodopitá - Paraíba, levando em consideração o seu potencial bioindicador para conservação dessa região. A coleta do material foi feita utilizando o método de esforço de amostragem resultando em sete horas de varredura, e as amostras foram identificadas em laboratório com a utilização de literaturas especializadas. Foram analisadas 189 amostras, identificando-se 35 espécies de briófitas distribuídas em 22 gêneros e 16 famílias. Dentre as espécies registradas, obtiveram-se 17 novos registros para a Paraíba, e dentre estes, dois novos registros para o Nordeste do Brasil. A família Lejeuneaceae Cavers (6 spp.) foi a de maior riqueza específica seguida por Bryaceae Schwägr (5 spp.) e Frullaniaceae Lorch (4 spp.). Os representantes de Lejeuneaceae Cavers são típicos de ambientes úmidos, e sua presença na Serra de Bodopitá foi um achado importante, tendo em vista que quatro das seis espécies encontradas foram novas ocorrências para o Estado. Entre os musgos Bryum argenteum Hedw. e Entodontopsis leucostega (Brid.) W.R.Buck & Ireland. tiveram maior frequência relativa (43%), enquanto que Frullania platycalyx Herzog. destacou-se entre as hepáticas (34%). A maioria dos musgos analisados são acrocárpicos (15 spp.), tipo de crescimento predominante em ambientes com escassez hídrica. As espécies generalistas predominaram nos resultados deste estudo, destacando-se a presença de algumas espécies especialistas de sombra. A forma de vida trama e tufo foram as de maior ocorrência, a primeira com 16 spp. das 35 identificadas e o tufo em 12 spp, isso está atrelado a estratégia de sobrevivência das espécies para áreas de afloramentos rochosos na caatinga. A composição da brioflora indica que, apesar da Serra de Bodopitá sofrer com a antropização, a região ainda propicia a presença dos microambientes favoráveis a instalação e desenvolvimento de briófitas, permitindo encontrar espécies umbrófilas, elementos típicos de áreas mais preservadas, considerando os fatores ambientais como a altitude que quanto mais elevadas maior a incidência de espécies especialistas de sombra. Contudo, a composição brioflorística indica que a Serra de Bodopitá tem potencial de riqueza e deve ser preservada para que haja a conservação das espécies de briófitas que ali ocorrem, visando não defasar a descoberta de novas espécies para o Nordeste brasileiro e para o estado da Paraíba, que ao serem catalogados, contribuem para o conhecimento da biodiversidade e distribuição da flora nacional.
Descrição: SOUZA, Mairla Maria Alves de. Brioflora da Serra de Bodopitá (Paraíba). 2023. 49 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2023.
URI: http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/123456789/30921
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