Influência da borra do óleo de soja após processo de secagem no desempenho reológico do CAP 50/70

Abstract

O modal rodoviário tem se destacado nos últimos 30 anos como o mais utilizado no Brasil, visto que apresenta uma flexibilidade de tráfego, além de maior eficácia e rapidez em curtas distâncias. O pavimento asfáltico é o tipo mais utilizado em rodovias pavimentadas no país. Atrelado a isso, sabe-se que a preservação do meio ambiente é uma das maiores preocupações da humanidade, logo, novas tecnologias surgem com o intuito de diminuir os efeitos que a ação humana causa à natureza. Diante disso, o manuseio de misturas asfálticas em altas temperaturas produz emissão de gases e outras substâncias químicas poluentes que afetam a qualidade do ar, contribuindo negativamente para o efeito estufa. As misturas asfálticas mornas (MAMs) são produzidas por meio de óleos naturais ou sintéticos, que além de atuarem como agente rejuvenescedor, torna o ligante asfáltico mais flexível e resistente. Com o objetivo de reduzir a temperatura nas fases de produção da mistura asfáltica, esta pesquisa analisou a influência da adição da borra do óleo de soja após o processo de secagem (BSS) no comportamento reológico do ligante asfáltico com penetração 50/70 como redutora de viscosidade nos teores de 1%, 3% e 5%. A metodologia utilizada baseou-se na caracterização do ligante asfáltico por meio de ensaios reológicos como viscosidade rotacional, performance grade (PG); antes e após o envelhecimento a curto prazo (RTFO), e Multiple Stress Creep Recovery (MSCR). Após a realização dos ensaios, notou-se um comportamento semelhante das amostras em relação ao ligante asfáltico puro. As amostras de ligantes asfálticos modificados pela borra do óleo de soja seca em todos os teores testados apresentaram valores de viscosidade equivalentes ao do ligante puro, assim como as temperaturas de mistura e compactação, não alcançando a obtenção de misturas asfálticas mornas. A borra do óleo de soja seca proporcionou variações nas reduções da temperatura de PG, o que inviabilizou o seu uso como agente rejuvenescedor para misturas asfálticas mornas nesses teores.