A "caça às bruxas" entre 1560-1630: uma abordagem sobre o processo-crime de Maria Gonçalves Cajada

Abstract

A presente pesquisa buscou identificar como se constituiu o movimento intitulado de “caça às bruxas” entre os anos de 1560-1630 a partir da documentação disponível dos processos-crimes inquisitoriais disponibilizados pelo site Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT), no panorama das reformas religiosas católica e protestante, adotando o caso da ré Maria Gonçalves Cajada, especialmente pelo fato de ser chamada a problematizar diversos estudos pertencentes à História das Mentalidades. Assim sendo, o trabalho foi desenvolvido sob o prisma teórico do historiador Carlo Ginzburg, no que tange a presença mútua entre os conhecimentos da cultura popular e os de natureza erudita, resultando na acepção da Circularidade Cultural, desenvolvido na obra “O Queijo e os Vermes” de 1976. Em acordo com o Imaginário Social (1985) do filósofo polonês Bronislaw Baczko, refletindo sobre como em épocas de crise de um poder a produção em larga escala de imaginários sociais concorrentes e antagônicos, se intensificam e ocupam espaços de difusão e agressividade, a fim de ir ao encontro de criações de seus próprios conceitos para lidar com a corriqueira realidade repressiva. Além disto, para pensar metodologicamente este trabalho, foi estabelecido diálogo historiográfico com os seguintes referenciais: Laura de Mello e Souza (1986; 1993) e Ronaldo Vainfas (1989).