Angústia e desespero tecidos em "Angu de Sangue", de Marcelino Freire

Abstract

A Literatura, como obra do discurso, traz em seus tecidos um ecoar de várias vozes e nela podemos perceber o entrecruzar de diversos discursos, provenientes de expressões existenciais do humano e de diversas áreas do conhecimento, dentre as quais a filosofia e a teologia. Esses diálogos interdiscursivos possibilitam a formação de novos sentidos, porque através deles diversos discursos absorvidos e configurados no tecido literário de forma metafórica e simbólica são ressignificados por meio da tarefa hermenêutica, gerando uma inovação semântica. Neste trabalho identificamos e analisamos estratos discursivos de caráter teo-filosófico referentes ao tema da angústia e do desespero, interpretando os sentidos desvelados pela obra Angu de Sangue, de Marcelino Freire. Trata-se de pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa. Para empreender esse percurso, contamos com contribuições teóricas e metodológicas de Bakhtin (2003), Maingueneau (1997), Kierkegaard (1968) e Ricoeur (1995).