A didatização de gêneros orais no ensino de língua(gens)

Abstract

O presente trabalho investigou como os gêneros orais estão sendo trabalhados no ensino de Língua Portuguesa e são apresentados nos materiais didáticos adotados pelas escolas públicas do Ensino Fundamental, anos finais, a fim de refletir a relevância da didatização dos gêneros orais nas aulas de língua(gem), buscando levar os discentes à compreensão das suas características e funções sociais. Para tanto, o estudo definiu como objetivo geral demonstrar que a oralidade é parte integrante do funcionamento da língua(gem), enquanto elemento indispensável e constituinte de cidadãos capazes de expressar-se adequadamente em qualquer que seja a situação comunicativa. Especificamente: i) analisar o que as bases legais dizem sobre o ensino da oralidade e confrontá-la com o trabalho realizado na escola; e ii) identificar como a oralidade é abordada no livro didático, no dizer e no agir docentes de profissionais que atuam com o ensino de língua(gens) no 9º ano do ensino fundamental. O estudo se fundamentou em documentos oficiais (Brasil, 1998; 2018) e em pesquisadores como Marcuschi (2005; 2007; 2010), Antunes (2003), Dolz; Schneuwly (2004), Rodrigues (2009; 2017), Rodrigues e Dantas (2015), entre outros. Pautado em uma abordagem qualitativa, analisou um corpus constituído através da observação de aulas, da aplicação de questionário e dos respectivos livros didáticos utilizados pelos colaboradores da pesquisa nas aulas de Língua Portuguesa. O trabalho proporcionou a reflexão pelo estudo da modalidade oral da Língua Portuguesa, além de viabilizar a abertura de um espaço para discutir a didatização dessa modalidade da língua(gem), sua relevância socioeducacional, bem como sua ausência na escola, o que denuncia uma formação e um agir docente deficitários. Outrossim, os resultados demonstraram que os livros didáticos examinados apresentam um trabalho ainda superficial com a modalidade oral da língua(gem) e os professores de Língua Portuguesa apresentam indícios de uma formação inicial limitada, fato que dificulta a realização de um trabalho com os gêneros orais mais elaborados.