Avaliação de Resistência insulínica pelo índice TyG em usuários atendidos em um laboratório escola

Abstract

Introdução: a resistência insulínica (RI) é uma condição associada à falta de uma resposta adequada à insulina por parte das células dos músculos, gordura e fígado, comumente gerando dificuldades de absorção da glicose no sangue e podendo resultar no diabetes mellitus tipo 2. Seu diagnóstico, quando realizado precocemente, pode reduzir o risco do desenvolvimento desta patologia e suas complicações proporcionando uma melhor qualidade de vida para o indivíduo, além de reduzir os gastos com a saúde pública. Principalmente devido ao alto custo, sua investigação é pouco adotada na rotina dos serviços públicos de saúde, de forma que técnicas diagnósticas passaram a ser adaptadas, buscando maior facilidade no diagnóstico, maior usabilidade clínica e menores custos. O índice TyG (produto da concentração sérica de triglicerídeos pela glicemia de jejum) aparece como alternativa para tal diagnóstico, apresentando um bom valor discriminatório e baixo custo para sua realização. Objetivo: avaliar a ocorrência de resistência insulínica em usuários atendidos pelo serviço de um laboratório escola de uma instituição de ensino superior da Paraíba. Métodos: os dados foram coletados a partir dos prontuários eletrônicos de todos os usuários atendidos entre janeiro e abril de 2024 em um laboratório escola de uma universidade pública da Paraíba. Foram avaliados: idade, sexo, além dos resultados dos exames de triglicerídeos e glicemia de jejum, utilizados para o cálculo do índice Tyg. Os dados foram avaliados pelo SPSS 22.0 e em acordo com os preceitos éticos da Resolução 466/12. Resultados: a amostra foi composta por 154 pessoas com idade entre 2 e 90 anos, sendo 64,9% do sexo feminino e 35,1% do sexo masculino. Do total, 21,4% apresentaram algum nível de alteração da glicemia; 61,7% da amostra apresentava triglicerídeos acima dos valores de referência ajustados por idade, sendo 16,9% registrados em menores de 20 anos. A resistência insulínica foi observada em 43,5% da amostra, sendo todos os casos em maiores de 20 anos de idade. Conclusão: foi verificado que o índice TyG pode ser utilizado como ferramenta de fácil manejo e aplicabilidade no rastreio da resistência à insulina na rotina clínica, sendo perceptível o seu aparecimento exclusivamente em adultos, sugerindo que fatores como idade, estilo de vida e hábitos alimentares estão associados com o desenvolvimento da resistência.