Qualidade de vida de pacientes amputados: uma investigação dos fatores que influenciam os domínios da saúde

Abstract

O procedimento de amputação consiste na retirada total ou parcial de um segmento corporal podendo ter sua etiologia associada a diversos fatores, gerando repercussões osteomusculares. De forma geral, é importante favorecer e investigar os fatores relacionados ao processo de melhora na qualidade de vida, pois trata-se de uma condição que atinge uma dimensão funcional, estética, psíquica e social no indivíduo. Neste cenário, este estudo objetiva analisar a qualidade de vida de pacientes amputados e investigar os fatores que influenciam nos domínios que envolvem os aspectos de saúde desses indivíduos. Trata-se de uma pesquisa transversal quantitativa de caráter exploratório, cujo a coleta de dados foi realizada por meio de entrevista presencial, através do questionário de Qualidade de Vida SF-36 e um formulário semi-estruturado com perguntas acerca da amputação. A amostra foi composta por uma amostragem não probabilística por conveniência e participaram 20 indivíduos que residem em Campina Grande e cidades circunvizinhas, maiores de 18 anos, que possuem amputação de membros. Os dados foram catalogados no Excel e analisados através do software estatístico SPSS (versão 22.0). A qualidade de vida foi investigada por domínios obtendo uma média de 53,2 para capacidade funcional, 37,5 para limitação por aspectos físicos, 50,3 para dor, 58,9 para estado geral de saúde, 60,2 para vitalidade, 73,9 para aspectos sociais, 43,3 para limitações por aspectos emocionais e 74,8 para saúde mental. Ao correlacionar esses dados com o fato de realizar acompanhamento fisioterapêutico, continuar vinculado a uma ocupação e fazer o uso de prótese, foi possível identificar uma correlação positiva que indica que o fato de receber atendimento fisioterapêutico influencia positivamente no domínio da capacidade funcional, já o fato de permanecer na ocupação parece influenciar positivamente a limitação por aspectos físicos. Em contrapartida, o uso de prótese não influenciou em nenhum domínio. Observou-se que, no geral, a capacidade funcional, a dor, o estado geral de saúde, a vitalidade, a limitação por aspectos sociais e a saúde mental foram domínios bem avaliados nesta amostra. Todavia, as limitações por aspectos emocionais e físicos parecem ser evidenciadas.