A percepção sobre liberdade dos custodiados soltos após audiência de custódia na comarca de Campina Grande - PB à luz da Logoterapia

Abstract

Oferecer uma análise sobre a percepção de liberdade dos custodiados após a realização da audiência de custódia, destacando como essa experiência inicial pode influenciar seu senso de dignidade e autonomia. A compreensão dessa percepção é essencial para avaliar o impacto da audiência na confiança do custodiado no sistema de justiça e identificar a necessidade de ações integradas e suporte contínuo, visando promover a reintegração social e reduzir a reincidência criminal, contribuindo para uma sociedade mais justa e inclusiva. A pesquisa foi conduzida entre junho e setembro de 2024, através de uma análise documental de fichas de acolhimento realizadas pelo Escritório Social do Tribunal de Justiça da Paraíba, na Comarca de Campina Grande,utilizando como amostra 16 custodiados. A metodologia baseou-se em questões qualitativas e subjetivas, permitindo a coleta de dados sociodemográficos e psicossociais dos participantes. A análise de conteúdo seguiu o método de Bardin, que identificou padrões de comportamento e atitudes, correlacionados com conceitos da Logoterapia de Viktor Frankl, como a busca por sentido e propósito de vida. Os resultados revelam uma predominância de custodiados masculinos jovens, com diversas ocupações e níveis educacionais variados. A análise dos motivos de prisão destacou a relevância da Lei Maria da Penha e a necessidade de políticas direcionadas à prevenção da violência doméstica. Além disso, a pesquisa identificou padrões de reflexão interna nos custodiados, que manifestaram desejo de mudanças pessoais e busca por autonomia. As respostas à questão sobre liberdade e justiça indicaram uma valorização da liberdade como essencial para a realização pessoal, enquanto a percepção de justiça foi mais crítica, frequentemente associada à falha institucional ou a conceitos divinos. O estudo conclui que a Logoterapia, aplicada no contexto prisional, oferece uma abordagem transformadora, promovendo a ressignificação de experiências e fomentando a reconstrução pessoal e social. Embora essa abordagem psicoterapêutica ajude os custodiados a encontrar sentido e propósito, é por meio das ações integradas das instituições e da sociedade que se viabilizam a diminuição da reincidência criminal e a reintegração eficaz. Assim, a Logoterapia se destaca como uma ferramenta importante para promover uma perspectiva mais humanizadora e eficiente no sistema penitenciário.