Tratamentos naturais usados nos períodos de gestação, parto, puerpério e amamentação por mulheres do município de Caturité – PB

Abstract

Parteiras e outras mulheres da região estudada utilizam plantas medicinais e outras técnicas naturais, vinculada a uma relação com a natureza e seus elementos, de forma natural sem uso de medicamentos convencionais, prescritos por médicos ou encontrados nas farmácias. Por tanto, objetivou-se realizar um levantamento etnobotânico a respeito do uso de plantas medicinais e outros métodos naturais, relacionados ao processo de gestação, parto, puerpério, amamentação e cuidados com os recém-nascidos, a partir de mulheres do grupo de idosas do CRAS – Caturité – PB, que tiveram filhos através de parteiras no município. Realizou-se o resgate e valorização do conhecimento relacionado ao ofício destas mulheres e assim, investigar e analisar a história local das parteiras, o que também significa identificar as potencialidades e saberes populares que permeiam esses espaços. Através de um questionário semiestruturado, foram identificadas várias plantas e práticas citadas pelas 14 mulheres entrevistadas. Na gestação, 16,6% citaram camomila, 27,8% cidreira, 16,6% erva-doce, 27,8% capim-santo e 11,1% batata inglesa. Já para o parto, foi mencionado por 46,6% o consumo de pimenta-do-reino ou manteiga-da-terra, 13,3% banho morno, 1,3% fumaça de cachimbo e 12,0% reza. No período pós- parto ou resguardo (puerpério), 28,5% indicaram a água inglesa, 8,6% banho morno, 8,6% caju-roxo, 14,3% aroeira, 31,4% pirão de galinha-de-capoeira e 8,6% garrafada. Durante a amamentação, 21,3% sugeriram a utilização de pirão de fubá ou xerém de milho, enquanto 21,3% indicaram doce de leite, 32,3% mel de jandaíra, 1,1% queijo de manteiga e 21,3% aconselham pentear os seios com pente. Para o uso fitoterápico em recém-nascidos, indicam com 13,4% a hortelã- miúda, 50% a alfazema, 2,7% a erva-doce e 1,4% a sena junto com maná. Fora do contexto hospitalar, parteiras paraibanas, do município de Caturité, no Cariri Oriental, fazem uso de plantas medicinais para diversas finalidades, com evidências mais específicas para o parto e pós-parto, semelhante ao que ocorre em diversas cidades do Nordeste