Sobre Rosálio e Irene: uma semiótica do sentido das cores em O voo da Guará Vermelha, de Valéria Rezende

Abstract

Em “O voo da guará vermelha” (2005), Maria Valéria Rezende menciona frequentemente as cores, tanto nos títulos dos capítulos, quanto no título da obra e em seu texto. Percebeu-se que o uso das cores (vermelho, branco, ocre, amarelo, etc.) simboliza as mudanças psicológicas ocorridas com os personagens na narrativa. Assim sendo, há uma forte relação entre as cores e o estado emocional dos protagonistas Rosálio e Irene: à medida em que as variações de tom se verificam, os personagens apresentam mais ou menos vigor, esperança ou entusiasmo. Esta pesquisa, lendo cores nas palavras e vice-versa, defende a ideia de que a linguagem performatiza a representação dos personagens dependendo de uma escala de mudança de tons que cria níveis de leitura/recepção do texto. Identificar como os níveis mesclam-se à narrativa foi o principal propósito deste estudo. O valor semântico das cores foi considerado segundo a semiótica greimasiana (Greimas & Courtés (2008)), somada a um quadro composto por Barros (2001; 2005), Fiorin (1989), Cortina & Marchezan (2004); Rousseau (1980) e Guimarães (2000), dentre outros.