Coronelismo e violência contra a mulher em “Tereza Batista Cansada de Guerra” de Jorge Amado.

Abstract

Este trabalho teve como objetivo analisar a obra “Tereza Batista Cansada de Guerra” de Jorge Amado, discutindo o coronelismo e a violência contra a mulher, pelo fato de Tereza, a personagem principal do referido romance, ter sido violentada várias vezes por um coronel. No entanto, a mesma se sobressai, mostrando não ser submissa, resistindo fortemente às agressões, ou seja, apresenta uma mulher além da sua época. Trata-se de um romance regionalista publicado inicialmente no Brasil em 1972, numa década marcada pelos movimentos feministas, que reivindicavam a igualdade entre gêneros e o reconhecimento da importância da mulher na sociedade. Esse romance se destaca pela reflexão sobre a figura feminina numa sociedade caracterizada pelo patriarcalismo. Na referida pesquisa, foi feita uma análise a respeito da forma como o coronel agredia a protagonista, no intuito de investigar a violência contra a mulher e a relação entre o coronelismo e o romance estudado. Esse trabalho foi elaborado metodologicamente com base em pesquisas bibliográficas centradas nos seguintes autores: Teles (2003), Vilaça e Albuquerque (2006), Leal (2012), Falcón (2010), Chauí (2001), Kolontai (2011), Koss (2000), Pinto (2003), Beauvoir (1980), Candido (2010, 2011), Samuel (1985), Pontes (1979), dentre outros. A discussão suscitada neste trabalho aponta para um cenário no qual a mulher, representada pela personagem Tereza, encontra-se numa situação de extrema desigualdade em relação ao poder patriarcal, mas isso não impede que ela lute em busca de uma possível emancipação.