O signo ideológico presidenta: a consolidação da identidade feminina

Abstract

Esta pesquisa apresenta um estudo sobre a palavra presidenta, compreendido como signo ideológico que representa a posição e/ou espaço social que a mulher alcançou no cenário público brasileiro. Objetivamos evidenciar como elementos linguísticos podem representar os avanços sociais no que diz respeito à identidade e o papel social da mulher. Buscando a partir disso responder a seguinte problemática: como a escolha da palavra presidenta, signo ideológico, reflete a consolidação da identidade feminina no espaço público brasileiro? Para responder este questionamento traçamos uma descrição do termo presidenta, analisando-o sob a perspectiva da Gramática Tradicional, justificando assim a sua legitimidade como variante de gênero da palavra presidente e estudando seus pressupostos ideológicos implícitos. Tecendo também uma reflexão histórica sobre a condição da mulher na sociedade, e através de fragmentos do discurso político feminista de Dilma Rousseff, a luz da Análise do Discurso Francesa, constatamos que a escolha pelo signo presidenta não foi uma ação aleatória, mas decisão respaldada em um discurso político-feminista, em busca da consolidação da identidade feminina da mulher brasileira. A análise nos permitiu ainda concluir que, do ponto de vista gramatical, o termo presidenta é legítimo, não configurando "erro" algum o seu uso.