A família refém das grades: uma perspectiva da influência afetiva na penitenciária regional feminina de Campina Grande

Abstract

A perpetração de crimes vem aumentando de modo avassalador em todo o mundo ocidental destacadamente e, em face disso, muito deve ser investido no sistema carcerário. Diante dessa sobrecarga social, discutem-se formas de cessar ou reduzir os delitos. Entretanto, apesar de essa discussão, nota-se que inexiste um desassossego sobre os motivos que levam as mulheres à prática infratória. O presente trabalho tem como objetivo geral fundamentar as razões pelas quais algumas mulheres, que convivem com criminosos e/ou presidiários, são levadas a enveredar pelo mundo da bandidagem. Especificamente, busca-se neste estudo: reconhecer a identidade, na Penitenciária Regional Feminina de Campina Grande – PB, de mulheres que tenham sido influenciadas por seus companheiros a praticarem crimes, examinar os argumentos empregados pelos parceiros para persuadir as detentas a cometerem delitos, reconhecer as causas sociais e/ou sentimentais que cooperaram para que essas mulheres se tornem bandidas e, por fim, analisar, complementarmente, as bases familiares para descobrir se alguém na família afetiva já foi ou está preso. O artigo foi elaborado através de uma pesquisa de campo, qualitativa e quantitativa, dentro da Penitenciária Regional Feminina de Campina Grande – PB. Destarte, o resultado deste projeto revalida a influência dos homens sobre as mulheres, que, muitas vezes, justificam seus crimes devido à carência de dinheiro, às bases familiares desestruturadas, às amizades com pessoas de má índole, à falta de estudo, ao desemprego e aos relacionamentos com criminosos.