Identificação de Staphylococcus aureus e avaliação do perfil de sensibilidade a antimicrobianos e aos extratos de Eugenia uniflora L.

Abstract

O gênero Staphylococcus compõe grande grupo de micro-organismos de importância clínica e é responsável por inúmeras e variadas afecções e síndromes em humanos e animais. Dentre as principais espécies, destaca-se Staphylococcus aureus, considerada como a de maior poder patogênico, pela capacidade de produzir inúmeros fatores de virulência, além de apresentar grande resistência aos antimicrobianos de uso clínico. Nos últimos anos, muitas plantas têm sido avaliadas não só pela atividade antibacteriana, mas também como agente modificador da atividade antibiótica. O uso associado de antimicrobianos às plantas medicinais e/ou seus subprodutos podem atuar inibindo ou intensificando o efeito terapêutico dos medicamentos convencionais, bem como não interferir na resposta esperada. Os objetivos deste estudo foram confirmar pelos métodos convencionais a identificação e pureza de 20 cepas de Staphylococcus sp. pertencentes a coleção do Laboratório de Microbiologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), avaliar o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos usuais e extratos vegetais, produzidos a partir da Eugenia uniflora L. além de avaliar o efeito interativo por associação entre estes extratos e alguns antimicrobianos. Os ensaios microbiológicos in vitro para avaliação da atividade antiestafilocócica, determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e do efeito interativo dos extratos com antimicrobianos foram realizados por difusão em meio sólido utilizando discos de papel de filtro. Os antimicrobianos utilizados nos testes de interação foram discos de penicilina G (10 UI) e eritromicina (15 μL) embebidos em 20 μL dos extratos ativos na sua CIM. Os resultados mostraram que os extratos isolados das folhas e frutos apresentam ação antiestafilocócica, porém, no estudo de interação apresentaram efeito antagônico e/ou indiferente quando associados aos antimicrobianos, evidenciando que o uso de produtos derivados de plantas quando associadas aos antimicrobianos podem interagir com estes produzindo in vitro diferentes efeitos interferentes.