Por um cinema negro no feminino: Uma análise de Cores e Botas de Juliana Vicente

Abstract

O objetivo desse trabalho é visibilizar narrativas de um cinema para além dos moldes eurocêntricos, coloniais e patriarcais, bem como ampliar perspectivas referente às representações de mulheres negras diante e por trás das câmeras, englobando a extrema necessidade de temáticas voltadas para as discussões da proposta de um cinema negro, principalmente um cinema no que concerne o feminino. Desse modo, utilizam-se bases no cinema, como referenciais cinematográficos que pontuam os enfrentamentos aos preconceitos, racismo, exclusões e discriminações frente às telas, obtendo como ponto principal o trabalho de Juliana Vicente com o curta-metragem Cores e Botas (2010). Ademais, o comprometimento dessa pesquisa perpassa por um entrelaçamento de uma escrita de si como contraponto de uma história tradicional, pensando e entendendo o âmbito da história em primeira pessoa, como também, as contribuições frente ao meu corpo e meu discurso racializado. O aporte teórico é pautado nos estudos de Conceição Silva (2016), Noel Carvalho (2005), Sueli Carneiro (2023), bell hooks (1992), Camila Vieira, Luiza Lusvarghi (2019), entre outros. Em suma, esse trabalho almeja assinalar a existência desses corpos femininos que são silenciados e excluídos, mas seguem resistindo no cinema.