Resumo:
Ofidismo é um problema de saúde pública mundial negligenciado, que vitima aproximadamente 1,8 milhões de pessoas por ano e envolvendo 94 mil mortes. O gênero Bothrops é responsável por 90,6% dos envenenamentos, com aproximadamente 0,45% de letalidade nos casos tratados, no Brasil. No Nordeste do Brasil, a espécie endêmica é Bothrops erythromelas, responsável pelo maior número de acidentes registrados na Paraíba. O veneno botrópico induz hemorragia local e sistêmica, coagulopatia, edema, necrose podendo levar à morte e/ou incapacidade permanente. Uma vez que pouco se sabia a respeito de isotipos e especificidade de anticorpos produzidos por pacientes envenenados por serpentes da espécie B.erythromelas, objetivou-se avaliar o veneno desta serpente, frente ao reconhecimento entre moléculas e anticorpos presentes no soro de indivíduos envenenados por outros gêneros de serpente, e frente aos soros comerciais brasileiros. As proteínas foram separadas em gel de poliacrilamida, posteriormente estas foram transferidas à uma membrana de nitrocelulose. Depois se analisou a neutralização do veneno frente ao soro comercial, onde foram feitos pools de soro com veneno, em seguida as amostras foram submetidas ao processo de eletroforese. Os resultados obtidos mostraram que bandas de 29 a 31 KDa não são bem neutralizadas mesmo após a soroterapia em pacientes envenenados pela mesma serpente. Observou-se também que não ocorreu reação cruzada entre o veneno da referida serpente e o veneno de espécies pertencentes aos gêneros Crotalus e Philodryas. Foi visto que o soro comercial não é capaz de neutralizar as bandas de 29 a 31 KDa encontradas no veneno.
Descrição:
NUNES, E. A. C. Estudo da neutralização de componentes do veneno da serpente Bothrops erythromelas. 2016. 24f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2016.