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A baixa quantidade de chuva associada à elevada irregularidade espacial e temporal na zona
rural do semiárido paraibano podem ser consideradas as principais responsáveis pela
insegurança hídrica e, consequentemente, o não desenvolvimento sustentável. Diante disto,
procurou-se estimar o potencial de captação de água da chuva, nos afloramentos rochosos
(Tanque de Pedras) do Sítio Olho d’água, Pocinhos, PB e caracterizar geomorfologicamente
essas estruturas, sendo essas determinações os objetivos principais. Para realização deste
trabalho, utilizou-se uma série de dados mensais de chuvas de Pocinhos, equivalente ao
período de 01.01.1980 a 31.12.2013, cedida pela Agência Executiva de Gestão das Águas da
Paraíba (AESA). A análise dessa série foi feita usando-se critérios da estatística
climatológica, sendo determinada às medidas de tendência central (média e mediana) e de
dispersão (amplitude e desvio padrão) e estabelecido o regime pluvial e a frequência empírica
dos valores anuais aos níveis de 25, 50 e 75% de probabilidade. Os volumes de captação de
água da chuva foram determinados para seis cenários anuais (o ano mais seco e o mais
chuvoso, a mediana da série e aos três níveis de probabilidade) e para as áreas de captação dos
telhados das casas e dos tanques naturais do referido local. A caracterização geomorfológica
dos sete tanques foi feita mediante o reconhecimento in loco e as análises da qualidade da
água (cor, turbidez e pH) armazenada pela CAGEPA. Os principais resultados mostraram que
o regime pluvial é irregular, assimétrico e a estação chuvosa ocorre entre março a junho,
quando chove o equivalente a 65% do total anual. O afloramento rochoso é composto de
rocha magmática plutônica, textura fanerítica e fraturas com cerca de sete metros de
profundidade. A ação do intemperismo físico resultou em esfoliação, do químico, no
aparecimento de minerais secundários e do biológico, pela presença de plantas na própria
rocha. Os volumes potenciais de captação de água da chuva oscilaram entre 1,1 mil m3 a 5,7
mil m3 e os das casas superaram 16 mil litros, mesmo para a menor área de captação. A água
armazenada nos Tanques Naturais e/ou em uma das cisternas tem cor e turbidez acima do
estabelecido na Portaria nº518/04 do Mistério da Saúde, para o consumo humano, e o pH
dentro da faixa recomendada. O regime pluvial estabelecido permitiu identificar que a
captação de água da chuva no Sítio Olho d’água, Pocinhos, PB, é uma alternativa viável para
aumentar a oferta e o suficiente para o consumo humano e para o uso em atividades
produtivas do pequeno produtor. |
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