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O presente artigo consiste num estudo da peça Álbum de família, escrita por Nelson Rodrigues em 1945, a partir da concepção de drama proposta pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer. Partindo da peça como ideia central, situaremos seus eixos norteadores, a saber, o incesto, o sexo e a morte, propondo uma hipótese de leitura da obra de Nelson a partir dos conceitos apresentados na obra schopenhaueriana, além de situar o lugar da tragédia rodrigueana frente aos espectadores, que intuem na obra de arte um tipo especial de conhecimento, que deve expressar o essencial e o permanente dos fenômenos do mundo. Começaremos, assim, realizando uma análise dos conceitos da filosofia de Schopenhauer, que passa pelas noções de Vontade e representação, rumo ao estudo da obra de arte enquanto conhecimento privilegiado da essência ideal do mundo, e cuja forma mais objetiva se dá por meio da poesia trágica, colocada pelo filósofo como drama. A partir daí, levantamos, pelo raciocínio de Schopenhauer, a hipótese de leitura de Álbum de família, tendo em conta o ideal de conhecimento presente na obra de arte como algo que faz ver a essência do mundo, bem como o seu componente trágico, presente no conflito entre os personagens e a representação dos seus desejos individuais. |
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