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O presente estudo consiste na análise dos romances Vale Abraão, publicado inicialmente em
1991, de Agustina Bessa-Luís, e Madame Bovary cuja primeira edição se deu em 1857, de
Gustave Flaubert. Procuramos entender até que ponto o romance da escritora portuguesa
retoma o do escritor francês e quais as marcas na escrita de Agustina que fazem com que a
sua obra se singularize diante da de Flaubert sem que se configure em “cópia” servil. Para
tanto, aportamos nosso estudo em dois vieses: o das relações intertextuais e o dos estudos de
gênero e de representações da Mulher na Literatura. No primeiro viés, detemo-nos no que
pensam estudiosos como Koch & Elias (2006), Kristeva (1969), Bakhtin (2010) e Sant’anna
(1985). No segundo, o lastro teórico assentou-se nos trabalhos desenvolvidos por Silva
(2010), Perrot (2007) e Hossne (2000). Ao término deste trabalho, constatamos que a
intertextualidade está presente em Vale Abraão, uma vez que esta obra apresenta elementos
que marcam a presença desse fenômeno e que Bessa-Luís utiliza o discurso representacional
sobre o feminino instaurado por Flaubert em Madame Bovary, mas dá-lhe nova roupagem,
dessa forma o feminino ganha outra marca em Vale Abraão, como se a escritora portuguesa
estivesse a falar a partir dos pontos em que se calara o escritor francês. |
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