Resumo:
A gramática normativa da língua portuguesa é desde sempre ponto de discordância e de
investigação dos fenômenos recorrentes no idioma português brasileiro. A instauração de
parâmetros que ditaram as regras do bom português ratificadas pela (NGB) (Nomenclatura
Gramatical Brasileira) trouxe aos falantes deste idioma certa paz linguística, uma vez que
antes da instauração da (NGB) não havia um padrão para análise e compreensão dos fenômenos
linguísticos que vislumbram o idioma português brasileiro. Com a (NGB), surgem de uma vez
por todas de forma delimitada as classes gramaticais, dentre as quais os adjetivos ocupam
posição primordial, haja vista possuírem relação intrínseca com os substantivos. A classe dos
adjetivos foi perpetuada ao longo dos anos de tradição gramatical como uma classe que
expressa características. Todavia, tal afirmação se faz perigosa quando tomamos os adjetivos
inseridos num contexto linguístico discursivo. O discurso é mais que uma concatenação de
palavras orientadas para um dado fim, pois permite ao seu enunciador se colocar de forma
particular no meio social, ou seja, propicia um posicionamento pessoal do falante em relação
ao meio no qual convive. Assim, o discurso proporciona a expressão subjetiva dos indivíduos.
Sendo o adjetivo parte integrante deste contexto, não seria ele – o adjetivo – capaz de
manifestar esse aspecto, ou seja, não seria o adjetivo capaz de expressar subjetividade? Nosso
trabalho tem como intuito responder a esta indagação. Para tal discorremos no nosso trabalho
em três momentos distintos; no primeiro tratamos da questão da classificação, dos princípios
da taxonomia, bem como do adjetivo em uma perspectiva tradicional: Bechara (2006); Cunha
e Cintra (2007); em seguida do adjetivo numa perspectiva descritiva: Perini (2007) e (2010);
finalizando com o adjetivo numa perspectiva discursiva: Castilho (2012). No segundo
momento, tratamos da subjetividade observando as correntes linguísticas da enunciação:
Benveniste (2005) e a análise do discurso: Brandão (2004). Utilizamos também outros autores
como: Baktin (2003); Flores e Teixeira (2008); Ilari (2014); Farias (2000) e outros. No
terceiro momento, buscaremos por meio da análise de textos: redações do (ENEM) (Exame
Nacional do Ensino Médio), que alcançaram nota máxima no ano 2013, cujo tema foi “Efeitos
da implantação da Lei Seca no Brasil”, retirado da página de educação do site (UOL), verificar
a ocorrência dos adjetivos expressando a subjetividade. Esperamos desta maneira, corroborar
para uma melhor compreensão da língua (gem), bem como aprofundar o conhecimento obtido
ao longo da graduação.
Descrição:
LIRA, C. H. B. Da nomenclatura gramatical à expressão da subjetividade: o adjetivo numa perspectiva discursiva. 2014. 59f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras /Português )- Universidade Estadual da Paraíba, Monteiro, 2014.