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A mitologia fornece elementos, símbolos e modelos que podem servir de base para a
vida humana e suas ações. Esses modelos, chamados de arquétipos, são os elementos
principais que constituem as personas humanas. Entre os inúmeros arquétipos
existentes, há os que retratam da criação da mulher, em diversas culturas e religiões.
Neste trabalho, procuramos analisar os arquétipos femininos presentes em três contos
da obra Ela e outras mulheres (2006), do autor Rubem Fonseca, e três contos da obra
A vida como ela é ( 1992), do autor Nelson Rodrigues. Utilizaremos, para tanto, os
conceitos de Jung a respeito do mito, do arquétipo e do inconsciente coletivo, além
das ideias de Mircea Eliade, a respeito da circularidade do tempo e da repetição de
modelos primordiais que fundam a vida humana.
Os arquétipos que servirão de égide para as análises são os que constituem os mitos que
narram a criação da primeira mulher, a saber, Eva, Pandora e Lilith, que assim como
seus mitos retratam, são configurações de personas femininas, e que se fazem presentes
nos dias atuais, de modo a se adaptar as condições de vida da modernidade, como se nota
nos contos.
Em um dos contos de Nelson Rodrigues, a saber, o conto Boa menina (1992) será
analisada a adaptação televisiva, em detrimento do conto literário, tendo em vista que
tal adaptação revela através das imagens e do movimento da câmera, elementos
constituintes do arquétipo relacionado de modo mais explícito do que o conto escrito.
Nessa análise, utilizaremos as observações da autora Linda Hutcheon, na obra Uma
teoria da adaptação (2011), além das considerações feitas por Antônio Costa, na obra
Compreendendo o cinema (2003), que adicionadas às concepções de Jung e Eliade nos
fornecerão uma interpretação mais consistente do arquétipo em questão. |
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