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O crescente aumento de resíduo sólido não está inerente apenas da zona urbana, pois o meio rural apresenta as mesmas condições de geração residual e, além de evidenciar maiores complicações com a disposição final dos resíduos sólidos produzidos, na maioria das áreas rurais não existe um serviço de coleta de lixo. Tendo em vista essa problemática, esta pesquisa investigou práticas de descarte residual criadas por moradores do Sítio Pitombeiras (Barra de Santana-PB), relacionando-as a significados por eles atribuídos com relação ao cuidado ambiental. Por meio de entrevistas semi-estruturadas, transcritas e publicadas em consenso individual verificaram-se tipos de resíduos acumulados nesta localidade; práticas de descarte recorrentes entre gerações e, saberes do descarte por eles significados. A pesquisa caracterizou-se como qualitativo-etnográfica que observou e verificou práticas recorrentes do descarte (queima, aterros rasos, céu aberto) que, ao longo do tempo, foram ampliadas (serrote, loca, lajedo, lugares ermos, valas, buraco), transformando-se em saberes locais, a fim de minimizar acúmulo residual e evitar maiores danos ao ambiente rural, tendo como amostra 17 pessoas (10 adultos e 7 idosos). Esta discussão sustenta-se nas contribuições da etnobiologia, que enfatiza a significação de saberes e fazeres acerca do descarte residual no ambiente rural perpassados entre gerações. As narrativas revelam que moradores assumem responsabilidade pública ao gerenciarem despojos residuais locais, além de enfrentarem danos ambientais (contaminação do solo, rio e ar) e, ainda, utilizarem espaços privados para o devido descarte, pois nesta localidade não há serviços de coleta diária. |
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