Capitães da areia: sob as marcas de uma infância marginalizada

Abstract

Este texto trata da identidade do personagem Pedro Bala e a sua relação de poder dentro do contexto literário da obra Capitães da Areia, de Jorge Amado. A trama enfatiza a postura adotada por meninos de rua que ora são considerados mocinhos, ora bandidos, envoltos por um ambiente física e emocionalmente mal estruturados. O trabalho objetiva apresentar uma leitura do romance, observando aspectos mascarados pelas diferentes categorias narrativas, a saber, do próprio enredo. O aporte teórico da discussão teve como foco a relação entre literatura, realidade social e econômica. O enredo do romance mostra uma sociedade marcada por preconceito e diferenças socioeconômicas, entretanto foi possível identificar registros de demonstração de carinho, respeito e afeto, intensificados pela necessidade das personagens envolvidas. O medo é uma das condições de sobrevivência dos capitães da areia. Assim, este estudo contribuiu não apenas em minutar uma dada interpretação, mas, sobretudo, em averiguar que a sociedade impõe alguns limites que induzem a condições inconsistentes de padrões estabelecidos atuantes na burguesia.