Resumo:
O cordel teve suas origens na Europa e encontrou no Brasil, em especial no Nordeste, um campo fértil para seu desenvolvimento. Desta forma, é na região nordeste que ele se deixa revelar em suas múltiplas facetas; sonoras, métricas, rítmicas, linguísticas, econômicas, políticas e sociais, bem como nos trazem aspectos antropológicos que nos ajudam a entender o nosso presente. O presente artigo tem como objetivo discutir a relação entre cordel e identidade, situando o cordel como elemento fomentador da construção desta. Para tanto, realizamos pesquisa bibliográfica, recorrendo também a artigos científicos e dissertações acerca da temática, bem como analisamos alguns poemas de Patativa do Assaré e de Bráulio Tavares, sob a perspectiva de aliar a discussão teórica à prática. Ao discutirmos sobre identidade e memória, buscamos autores como Hall, Le Goff, Cascudo, dentre outros, para compreendermos os fundamentos e perspectivas destes conceitos. O cordel, em suas nuances, desvela memórias de como os sujeitos organizaram seus saberes e modos de ser, constituindo assim, o sentimento de pertencimento e de identidade, explicando sua própria existência e luta, que discorrem acerca da migração, da política, da seca, dos problemas sociais, até a reafirmação de seu estereótipo. Portanto, pudemos perceber, com os poemas de Patativa do Assaré e de Bráulio Tavares, que a identidade nordestina é uma construção social que reafirmam suas bases históricas de formação da região nordeste e de seu povo. Dessa forma, o cordel torna-se mais do que um objeto artístico da cultura popular. Ele se transforma em objeto de resistência e identidade, de luta e de alegria, produzindo e ressignificando seus bens culturais e simbólicos.
Descrição:
RODRIGUES, W. S. Cordel e identidade: uma construção cultural e coletiva. 2015. 22f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras)- Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2016.