Resumo:
Na gestação ocorrem várias modificações e adaptações fisiológicas no organismo, compreendendo alterações musculoesqueléticas. Apesar do ganho de peso progressivo e da fraqueza ligamentar generalizada, esta fase na vida da mulher tem sido associada a uma diminuição da performance de vários grupos musculares, incluindo o assoalho pélvico que tem influência na continência urinária e no desempenho sexual da população feminina. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a função urinária e sexual durante o período gestacional. Tratou-se de um estudo transversal, descritivo, analítico com abordagem quantitativa. A população foi composta por gestantes cadastradas nas UBSF do Distrito Sanitário III e no Centro de Saúde Francisco Pinto do Distrito Sanitário I. A amostra foi por acessibilidade, participaram da pesquisa as gestantes que estiveram dentro dos critérios de inclusão e se dispuseram a participar do estudo. Os critérios de inclusão foram gestantes com rotina de pré natal, com idade superior a 18 anos e inferior a 35, no segundo e terceiro trimestre gestacional, com gestação de baixo risco e com atividade sexual há menos de 30 dias e os critérios de exclusão foram diabetes mellitus; litíase renal, infecção do trato urinário; uso de medicações que causam interferência na função do trato urinário inferior. Realizou-se a pesquisa com os instrumentos: questionário sociodemográfico, o International Consultation on Incontinence Questionnnaire – Short Form (ICIQ-SF) e o Índice de Função Sexual Feminina (IFSF). As gestantes foram abordadas individualmente e dentro dos critérios de inclusão, foram elegíveis. Logo após, elas foram convidadas a participar da pesquisa. Após aceitar voluntariamente sua participação assinando o termo de consentimento livre e esclarecido, as gestantes responderam o questionário sociodemográfico, havendo relato de perda urinária nos últimos quinze dias, as participantes responderam o ICIQ-SF. Já o IFSF foi respondido por todas as participantes. Os dados dos questionários foram analisados mediante o programa IBM SPSS versão 20.0. A amostra da pesquisa foi constituída por 60 gestantes, com média de idade 23,98±3,886, a maioria possuía ensino médio completo (40%), vínculo empregatício (55%) e eram solteiras (56,7%). A prevalência de incontinência urinária (IU) foi de 36, 6 % (n=22), sendo a sua maioria incontinência urinária mista (54,54%), não houve aumento significativo da prevalência de IU com a progressão da gestação, não houve relação do índice de massa corporal com o aparecimento da IU, porém houve relação da paridade (p=0,042). A prevalência de disfunção sexual foi de 38,33%, tendo uma diminuição significativa da função sexual com a progressão da gestação (p=0,023) e não havendo diminuição da função sexual entre gestantes continentes e incontinentes (p=0,500). A pesquisa mostrou que a IU pode ser uma desordem que ocorre desde o segundo trimestre gestacional e a disfunção sexual é mais prevalente no terceiro trimestre gestacional, porém não houve relação de disfunção sexual com incontinência urinária nessa amostra. Assim, o fisioterapeuta deve realizar a avaliação da presença da IU durante a gestação, pois a mesma proporciona inúmeros desconfortos que podem ser ocasionados futuramente, tais como constrangimentos, disfunções sexuais e IU pós-parto.
Descrição:
SILVA, J. M. M. e. Avaliação da função urinária e sexual no período gestacional. 2016. 33f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2016.