Resumo:
A recessão gengival corresponde à perda de inserção da gengiva marginal livre, e resulta no deslocamento desta em direção apical, a partir da junção cemento-esmalte, com consequente exposição radicular ao meio bucal. É uma ocorrência comum e pode estar associada a problemas como hipersensibilidade dentinária, aumento da predisposição a abrasões e cáries radiculares, além da preocupação estética. Baseado no fato de que esse defeito mucogengival ainda é um enigma para os dentistas, devido à multiplicidade de fatores etiológicos e modalidades terapêuticas para o seu tratamento, o objetivo do presente estudo foi avaliar o conhecimento dos acadêmicos de Odontologia da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB quanto às recessões gengivais. A pesquisa teve como instrumento de pesquisa um questionário estruturado, com 17 questões objetivas, que envolviam perguntas quanto à etiologia e classificação das recessões gengivais, bem como a indicação de procedimentos terapêuticos. Para o aperfeiçoamento do questionário foi realizado um estudo piloto com aproximadamente 15% da amostra a ser estudada. A amostragem desse estudo foi obtida por conveniência, composta pelos alunos regularmente matriculados do sétimo ao décimo períodos. Destes, um total de 94 alunos de 110 responderam ao questionário. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística descritiva e analítica. Os resultados mostraram que entre os participantes, a maioria (54,26%) não tinha conhecimento sobre a classificação de recessão gengival de Miller. Entretanto, a maioria dos alunos obteve êxito ao afirmar que o tabagismo, a higiene bucal e o tratamento ortodôntico têm influência sobre as recessões gengivais. Além disso, no que diz respeito à escolha do tratamento, 93,6% dos estudantes afirmaram haver relação dependente com a etiologia da recessão. A partir da avaliação das respostas, observou-se que os alunos do 7º período apresentaram a maior média de acertos, seguidos dos alunos do 8º, 10º e 9º períodos. No entanto, o teste ANOVA revelou que as diferenças não foram estatisticamente significativas. A análise dos resultados ainda mostrou não haver consenso entre os acadêmicos à respeito de quais condutas seriam recomendadas para o tratamento e prevenção das recessões gengivais. Dentro dos limites do presente estudo, pode-se concluir que há necessidade de um melhor entendimento dos alunos, sugerindo-se uma melhor abordagem teórico-prática referente ao assunto.
Descrição:
CARNEIRO, A. D. G. Análise do conhecimento e opinião dos acadêmicos de Odontologia da Universidade Estadual da Paraíba frente às recessões gengivais. 2016. 40f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2016.