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A leitura do poema “Caso do Vestido”, de Carlos Drummond de Andrade, publicado no livro A Rosa do Povo, permite observar que há diferenças no que diz respeito aos papéis sociais assumidos pelas figuras masculina e feminina. Em síntese, o poema se insere no horizonte composicional da denúncia social, uma vez que problematiza as relações familiares e destaca o sofrimento feminino pela opressão do patriarcado. Pensando esse contexto, surge o questionamento: de que modo a figura feminina é construída no poema “Caso do Vestido”? Diante disso, o presente trabalho, de cunho descritivo-qualitativo, teve por objetivo analisar a construção da identidade da mulher/mãe nesse poema drummoniano. Buscamos, principalmente, em Antonio Candido (1995; 2014), Theodor Adorno (1982; 1983; 1988), Jaime Ginzburg (2012), Cristiano Jutgla (2008), Iumna Simon (1978), Michelle Perrot (2015) e Del Priore (1994), os postulados que embasaram teoricamente as reflexões construídas ao longo da pesquisa. Realizada a análise, foi possível constatar que a construção submissa e pacífica da mulher no seio familiar no contexto do “Caso do Vestido” não decorre de uma condição biologicamente orientada, mas essa foi construída sócio e historicamente pela civilização ao longo dos anos. |
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