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A dualidade humana constitui uns dos temas mais discutidos e intrigantes, seja na literatura, no cinema ou na psicologia, gerando diversos debates acerca do motivo, uma vez que o duplo pode se manifestar de distintos modos. É sabido que os elementos constitutivos do duplo estão diretamente ligados aos planos espiritual, existencial e místico e que o caráter dúbio pode ser gerado a partir de uma clivagem do Eu, ocasionada, normalmente, pelos choques entre as unidades que compõem a psique humana. Este trabalho objetiva, assim, analisar, de forma comparativa, sob a ótica Freudiana (1919) e Rankiana (2015) as representações do fenômeno do duplo em duas obras: A primeira, um conto de Machado de Assis produzido no final do século XIX, “As Academias de Sião”, e a segunda, uma produção cinematográfica de Tom Hooper lançada em 2015, “A Garota Dinamarquesa”. A temática que permeia ambas as obras é a mesma, a transgeneridade. Há, no entanto, alguns pontos de divergência entre as duas obras, como o contexto de produção, o caráter antagonista da figura dúbia e a inserção de uma das obras no gênero Fantástico. A conclusão chegada foi que, em ambos os casos, o choque entre o Id e o superego (dicotomia desejos x imposições morais e sociais) foi responsável pela cisão da personalidade dos personagens principais de ambas as obras, gerando, assim, os seus duplos. |
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