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O presente trabalho tem como objetivo analisar, a partir da perspectiva da Análise do Discurso de linha francesa, as identidades atribuídas ao nordestino no filme de longa-metragem Os Caçadores de Botija II, produzido no Cariri Paraibano. A metodologia empregada é de caráter descritivo-interpretativa e os fundamentos teóricos incluem reflexões sobre o conceito de identidade (SILVA, 2011; HALL, 2006; GREGOLIN, 2007) e sobre a “invenção” do Nordeste (ALBUQUERQUE JÚNIOR, 2011). O corpus em análise é formado pelo roteiro e pelo filme de longa-metragem acima mencionado. A escolha desses objetos foi motivada pela ânsia de auxiliar a desnaturalizar o processo de representação do nordestino brasileiro feito pelos filmes, telenovelas e pela mídia geral. A análise apontou três principais identidades atribuídas ao nordestino, quais sejam: a vítima da seca; o desonesto e ambicioso; e o religioso. O cenário do filme é o Nordeste das vítimas da seca, da predominante caatinga, da pequena cidade empoeirada, onde a única construção de destaque é a igreja e as autoridades são o coronel, o beato, o prefeito e o delegado. Devido às dificuldades financeiras, ao descaso das autoridades políticas e às condições precárias deixadas pela seca, as pessoas alimentam a esperança de uma vida futura sem sofrimento e sem diferenças através da religião, principalmente, a católica. Concluímos que a representação do nordestino no longa-metragem é feita através da retomada de estereótipos construídos, principalmente, ao longo do século XX, e que vivem em uma memória coletiva dos habitantes da região retratada no filme. |
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