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Este trabalho objetiva analisar os usos dos adjetivos para a construção da imagem feminina
em um corpus constituído por três cordéis de Manoel Monteiro, são eles: “A mulher de
antigamente e a mulher de hoje em dia”, “Mulher é para ser amada, não para ser maltrada” e
“Mulher nova, bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor”. Com isso, nos
propomos a investigar o modo como o recurso especificado está a favor da expressividade de
textos poéticos escritos durante o século XX e início do XXI. Ao conhecer o universo
popular da obra monteiriana, notamos que há a construção de várias imagens femininas. Para
nós, duas dessas imagens ficam mais evidentes, a representação da mulher antiga e da
moderna. A mulher antiga é descrita por Monteiro como aquela que se presta a cuidar dos
filhos e do marido e que leva uma vida carregada de princípios morais e cristãos, equiparada a
um ser quase divino. Já a mulher moderna é caracterizada como um ser destemido, que está
adquirindo autoridade e liberdade ao começar a trabalhar fora do ambiente doméstico. A
linguagem está atrelada à construção dessas imagens, a partir da utilização dos adjetivos o
poeta constrói a representação de dois universos femininos diferentes, situados em épocas
distintas. Portanto, os recursos linguageiros, mobilizados pelo cordelista, favorecem a
repressão ou a aprovação exercida por ele ou pelo povo às personagens mostradas e é de
fundamental importância para a construção de uma leitura favorável ou desfavorável à mulher
da época. Para a realização da pesquisa em relação à verificação da definição dos adjetivos, da
formação da classe de palavra e da aplicação em gêneros textuais, nos apoiaremos em
Antunes (2005; 2012), Basilio (2013), Cunha (2008), Farias (2000), Marcuschi (2008),
Neves (2011), Perini (2009) e Sousa e Silva (2005); ao estudo da linguagem poética,
características e representações construídas na literatura de cordel brasileira, Abreu (1999),
Alves (2008), Alves Sobrinho (2003), Ayala (2011) e Moura (2007); a estilística da Língua
Portuguesa, Lapa (1968). |
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