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O presente estudo trata do tema romance histórico na literatura portuguesa, tomando como corpus a obra Memorial do Convento (1999), de José Saramago, para uma leitura das personagens femininas Blimunda e D. Maria Ana Josefa. Buscamos descrever, primeiramente, os aspectos do romance histórico como forma de promover uma releitura da História, observando características que diferencia o romance histórico tradicional do contemporâneo. Para isso, valemo-nos dos estudos teóricos, dentre outros, desenvolvido por Maria de Fátima Marinho (1999), bem como de ensaios mais específicos sobre o romance em estudo, como os de Pasero (2000) e Soares (2000). Em seguida, procuramos apresentar como se constrói, nesse romance, a inversão do relevo das duas principais personagens femininas, D. Maria Ana Josefa e Blimunda, dentro do dialogismo social enfocado pelo autor, colocando como personagem principal, ou protagonista, personagens que sempre estiveram à margem da História. Por meio da obra analisada, percebemos como a presença dos personagens marginais passou por uma ressignificação ao longo do tempo, chegando a assumir papel de destaque no romance histórico contemporâneo. Aspecto este que difere da realidade histórica da época descrita na obra. Para trabalharmos especificamente as personagens, utilizamos como aporte o ensaio de Cristina Vieira (2008). Com isso, elucidamos alguns aspectos os quais mostram como o romance histórico contemporâneo, Memorial do convento (1999) faz a sua releitura da História. |
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