Ecologia trófica da ictiofauna do açude de Bodocongó-Paraíba-Brasil

Abstract

No nordeste do Brasil existem vários corpos hídricos produzidos pelo homem como barragens açudes principalmente utilizados para abastecimento urbano. Esses ecossistemas aquáticos fornecem vários habitats para uma grande variedade de comunidades de organismos diferentes o monitoramento desses propicia a identificação de alterações nas comunidades e suas relações tróficas. O estudo teve como objetivo a identificação da ictiofauna e suas relações tróficas do Açude de Bodocongó, Campina Grande-Paraíba. As coletas foram realizadas período de outubro de 2014 a abril de 2015, com auxílio de pescadores do entorno do reservatório, utilizando-se de tarrafas e redes de espera no período da manhã. Foram coletados 75 indivíduos sendo, 49 Astyanax bimaculatus (Piaba do rabo Amarelo), 11 Oreochromis niloticus (Tilápia do Nilo), 9 Geophagus brasiliensis (Acara) e 6 Hoplias malabaricus (Traíra). A. bimaculatus foi a espécie mais abundante com 65% das espécimes coletados, a menos abundante foi a espécie H. malabaricus com apenas 8%. No estudo A. bimaculatus teve a frequência de ocorrência de 80% das coletas, o mesmo número teve O. niloticus, porém menos abundante com apenas 11 espécimes, sendo uma espécie exótica ela pode competir e extinguir as espécies nativas do reservatório sendo necessário um plano de manejo. Na dieta foram encontradas itens de origem animal como peixes, gastrópodes, nematodas, insetos, cladoceros ovos de peixes e de origem vegetal apenas algas filamentosas, porem com alta predominância sendo possível distribuir as espécies em três guildas tróficas: Herbívora O. niloticus; Onívora- herbívora A.bimaculatus e G.brasiliensis e Piscívora H. malabaricus. Concluindo-se que existe uma pequena diversidade alimentar nas espécies consideradas onívoras que é um reflexo dar alta quantidade de algas encontradas do açude pelas altas taxas de matéria orgânica do reservatório.