As relações de poder que permeiam a condição de ser mulher: um diálogo entre Foucault, Beauvoir, Sotomayor e Unamuno.

Abstract

O presente trabalho tem como finalidade analisar as obras literárias La inocencia castigada (1647) de María de Zayas y Sotomayor e Nada menos que todo un hombre (1920) de Miguel de Unamuno apresentando um paralelo das figuras femininas presentes em ambas de acordo com o contexto histórico e segundo a perspectiva foucaultiana do poder e seu exercício no meio social. Para tanto utilizaremos como aportes teóricos autores como Foucault (2004, 2007, 2010, 2013), Beauvoir (1980), Maravall (2009), Rice (2009), entre outros. Os conflitos vivenciados nas narrativas denotam as diversas formas de violência às quais as mulheres são/estão expostas, bem como a submissão a qual estão condicionadas enquanto ser humano e que as impede de se constituir como sujeitos. O trabalho está organizado em três capítulos: no primeiro discorremos sobre a questão do poder, que conforme Foucault, perpassa os homens e as sociedades. Neste sentido, observamos como a mulher é inserida nas relações de poder e a maneira como tais relações afetam a condição feminina. No segundo capítulo traçamos um breve apanhado do feminino ao longo do tempo, ou seja, a história da mulher. Por fim, no terceiro capítulo tecemos uma análise da forma como a mulher aparece inserida nas narrativas levando em consideração o contexto histórico-social no qual estão situadas as personagens protagonistas, mulheres que vivem situações distintas em tempos distintos, mas que trazem em suas vidas a marca de ser mulher. Desta forma, buscamos contribuir para o desenvolvimento do senso crítico, cujo intuito é conduzir a reflexão da posição da mulher na sociedade.