Resumo:
As pedagogias sociais através de seus discursos (re) atualizam as representações do feminino.
Os meios de comunicação atuam como “manuais” na construção dos gêneros. As revistas
ditas “femininas” são utilizadas como meios de autoajuda, trazendo em suas matérias temas
que adentram no universo feminino, com “soluções” para problemas no ambiente familiar e
social das mulheres, trazendo olhares médicos que definem o ser e o agir de suas leitoras. A
construção no imaginário social do corpo feminino surge através dos estereótipos: boa mãe,
boa dona de casa e ter o amor sempre como um “ingrediente especial” formando o perfil de
uma “verdadeira mulher”. A imagem do amor se contrapõe para a sociedade, já que
mensalmente as mulheres convivem com as alterações hormonais - a TPM, que surge para
descontrolar o ambiente social e familiar. Como confiar em sujeitos que mensalmente sofrem
com crises hormonais? Seria a menstruação um castigo para a falha da reprodução? Seria
sintomas de TPM ou a sua forma mais severa, DDPM? Folheando revistas, encontramos dicas
para conviver em “paz” com essa síndrome! “Receitas mágicas” são ofertadas nas matérias
das revistas. A histerização do corpo das mulheres ocorria mediante a negação do papel de
“uma verdadeira mulher”: ser mãe, ou quando as mesmas apresentavam condutas contrárias
ao seu papel social e aos desejos sexuais, as ninfomaníacas. Levando o diagnóstico de
histéricas no século XIX. Tendo os sintomas da histeria como fatores que mudavam o agir das
mulheres durante o período de sua menstruação, uma vez que o útero era interpretado como o
“controlador” dos corpos femininos. Classificadas em dois níveis pelos médicos: tratáveis e
não tratáveis. Em casos graves, a ablação do útero deveria ser realizada. Este trabalho tem
como objetivo analisar as reatualizações da Histeria em sua nova roupagem, a TPM, que em
nossos discursos altera o comportamento feminino colocando as mulheres como
descontroladas no período que antecede a menstruação.
Palavras-chave: corpo feminino; histeria; TPM; revistas
Descrição:
SANTIAGO, A. P. Discursos de assujetamento das mulheres: da "histeria" à tensão pré-menstrual. 2017. 31f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História)- Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2017.