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A categoria Indivíduo vem sendo amplamente discutida entre os estudiosos de Marx. Alguns
alegam que não há espaço para essa categoria nos escritos marxianos, porém, pode-se
observar, por meio de leituras e pesquisas que, não só há espaço, como também há por parte
do autor uma preocupação genuína com a emancipação dos indivíduos. O autor alemão critica
a falsa noção que os homens de sua época têm, de que existindo emancipação política se
alcançaria a igualdade entre os indivíduos. Nesse sentido, ele alega que a emancipação
política é um começo, porém muito pouco para eliminar verdadeiramente as diferenças de
classes. Marx critica ainda o modo como a sociedade capitalista vê o homem, como o trata e
como tal sociedade o transformou em simples mercadoria. Ele nos mostra que, o homem não
é apenas uma célula de um sistema, sem consciência de si e dos outros, um homem
mercantilizado onde ele próprio não tem valor. O indivíduo, faz parte da sociedade em que
vive, tendo ele o poder de transformá-la, de constituí-la para si e para os outros indivíduos,
portanto, não pode ser visto apenas como um mero ser sem consciência ou um simples
produto gerado pela ideologia capitalista em que o mundo se encontra mergulhado, uma
sociedade que desumaniza o homem levando-o a categoria de "coisa". O presente texto tem
por objetivo, fazer uma análise de como o indivíduo é visto por Marx, bem como a visão de
alguns autores que tratam do tema. A partir de estudos bibliográficos e de um exame histórico,
breve, da formação da sociedade burguesa, de como as mudanças nas formas de trabalho e
convivência dos homens mudaram no decorrer da história, demonstramos não só o caráter
histórico do indivíduo, mas também como tal concepção mudou e se perpetuou através do
tempo até atingir a imagem de indivíduo pautada no liberalismo, que é o foco de nossa crítica.
O resgate do indivíduo enquanto "ser" se daria através da emancipação verdadeira, que,
segundo Marx, é a humana, esta, seria o meio pelo qual, as desigualdades entre os indivíduos
seriam extintas, assim como a mercantilização dos seres humanos. Tal emancipação só seria
possível, segundo ele, através da revolução do proletariado, que é, afinal, a classe que tem o
poder de mudar os rumos da história. Desse modo, teríamos a superação não só da concepção
de indivíduo pautado no liberalismo, mas também da própria sociedade burguesa. |
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