Resumo:
Publicada no ano de 1819 a obra filosófica O mundo como vontade e como representação de Arthur
Schopenhauer (1788-1860) tem na sua terceira parte um registro da sua concepção estética. O
filósofo alemão parte do pressuposto de que o mundo existe como representação para um sujeito.
Por meio do princípio de razão, isto é, do tempo, do espaço e da causalidade (matéria), formas a
priori de nossa representação, obtemos um juízo sobre o mundo e as coisas que nos rodeiam.
Apropriando-se da Ideia platônica para demonstrar como o indivíduo se interioriza ou se perde na
contemplação artística, Schopenhauer considera que esta é possível apenas a um tipo de homem –
ao gênio. O gênio é o único ser humano capaz de abdicar de forma consciente aos interesses da
Vontade, sendo esta responsável pela tragicidade do mundo real. Assim o sujeito encontra na arte
um consolo existencial, cuja aquisição da contemplação é sentida através da Ideia. A arte, pois,
adquirida como um refúgio consciente da Vontade, é capaz de tornar a vida de cada um mais
suportável. Nesta perspectiva, podemos perceber como Schopenhauer nos apresenta a importância
da arte na construção da identidade do indivíduo e de que forma tal contribuição pressupõe uma
mudança prévia no sujeito. O indivíduo abarcado pelo sofrimento do mundo, encontrando na
expressão artística um consolo existencial.
Descrição:
PEREIRA, J. O. A noção de arte no Livro III da obra Schopenhaueriana O mundo como vontade e como representação. 2016. 17f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Filosofia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2016.