Psicose: Um olhar psicanalítico sobre a imagem (des)velada da estrutura no cinema

Abstract

Freud iniciou sua teoria a partir dos estudos clínicos sobre a histeria construiu a teoria da Psicanálise. É sabido que ele concentrou seus esforços no estudo das neuroses, partindo destas como parâmetro para a perversão e psicose, buscando teorizá-las a partir das suas diferenças, inclusive recomendando recuar diante desta última. Lacan, porém, aceitou o desafio e persistiu nos estudos dessa estrutura. A partir deles, Lacan nos mostrou que a psicose é constituída pelo mecanismo da foraclusão, gerando uma continuidade entre o eu e o outro, uma linguagem própria, sem equívocos. Quando algo aponta para significações simbólicas por causa da carência do significante fálico no simbólico, o sujeito psicótico responde no real em experiências alucinatórias e sinestésicas. O inconsciente do sujeito estruturado na psicose encontra-se à céu aberto, com sua linguagem própria. Deste modo, procuramos estudar a psicose a partir dos postulados deixados por Jacques Lacan, na busca do seu mecanismo de estruturação, tomando como exemplo ilustrativo o personagem Norman Bates e sua relação com a figura materna, no filme Psicose dirigido por Alfred Hichcock no ano de 1960, bem como traçar uma ponte entre a psicanálise e essa arte que afeta o sujeito, e, ao mesmo tempo, descreve aquilo que não pode ser dito sobre ele.