Resumo:
O presente artigo se propõe a versar sobre o processo da escrita da história paraibana a
partir das contribuições de Maximiano Lopes Machado, no que tange à construção da
identidade paraibana. Esta, usualmente tratada por Paraibanidade, caracterizou o ser
paraibano; mais que isso, criou um modelo único de identidade pertencente às populações da
Parahyba do Norte, homogeneizando e anulando as diferenças daquela sociedade, plural pela
sua natureza formativa. Partimos da perspectiva de que MACHADO arquitetou uma forma de
se fazer a história local – tal como Von Martius o fez em relação ao Brasil —, como modo
orientador dos seus consecutâneos e que chega aos nossos dias enfrentando a nominada ―crise
do sujeito‖ aventada por HALL (2006) e a consequente indeterminação das identidades
coletivas. Assim, objetiva-se verificar os principais vieses da obra do renomado historiador no
concernente à criação da identidade paraibana que reproduzem ecos que ressoam através das
literaturas, aqui consideradas populares por sua natureza de representação, e que são
partícipes no processo de ressignificação e reconstituição da dita paraibanidade, num
exercício amplo de aproximação ou distanciamento do protótipo defendido por DIAS (1996).
Processando as características de sujeitos aguerridos, autônomos, pacifistas, construtores de
sua própria história e questionando-os frente aos episódios do contexto escolhido para
sedimentá-las historiograficamente, no qual o comportamento de sua identidade entra em
contradição com as práticas ou respostas aos diferentes episódios que definem a proposta da
totalidade da História Paraibana apresentada através de sua própria escrita e representadas
nestes ecos monumentalizados, assim se estipula o protótipo. Para tanto, atenta-se para o
processo de questionamento e desconstrução deste corpo imaculado pelo qual se define o ser
paraibano, e que se desconstrói através do seu próprio cálamo
Descrição:
PERREIRA, A. D. S. Maximiano Lopes Machado e a inauguração da cultura histórica paraibana: a emergência de um sujeito singular. 2017. 36 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2017.