Velhice e solidão em "Clínica de repouso" de Dalton Trevisan

Abstract

No livro O pássaro de cinco asas, (1974) o escritor curitibano Dalton Trevisan retoma o painel da sociedade contemporânea, na medida em que nos apresenta diferentes figuras humanas cujas situações por elas vividas e seus principais dramas percorrem a obra do contista. É bastante comum nos depararmos com um narrador que transita pelos mais variados espaços da cidade de Curitiba para revelar a inutilidade de qualquer ação do ser frente à realidade. Seus personagens em geral acabam se tornando vítimas de uma existência completamente destituída de méritos, recebendo como prêmio, a solidão, a morte, ou até mesmo a pura e simples alienação. Tomando como objeto de estudo um dos contos dessa coletânea, mais especificamente a narrativa “Clínica de repouso”, percebemos que um de seus personagens principais, Dona Candinha, por ousar contestar novos valores, que se insurgiram contra aqueles sobre os quais acreditara toda sua vida, é completamente destruída pelo sistema e termina relegada à solidão. Diante dessa constatação, decidimos por analisar dona Candinha e os demais personagens desse conto, com o objetivo de identificar de que modo a velhice é representada nessa narrativa. Para tanto, recorremos aos estudos de Brait (1985), Beauvoir(1990), Bosi (1994) entre outros.